No livro “ATÉ O FIM DOS TEMPOS”, ditado por Amélia
Rodrigues, a Divaldo Franco, a educadora de almas conta que após Jesus se
recolher por vários dias no silencio do deserto da Judéia, Ele desceu e chamou
a alguns homens que haviam sido escolhidos antes de serem, e deu-lhes as primeiras
instruções.
Um deles, Mateus Levi, o Filho de Alfeu, que era detestado, porque cobrava impostos, vira-O à porta da alfândega, na manhã de Sábado, muito próximo à sua porta. Ao ve-Lo Levi passou a sentir-se diferente, comovido, especialmente após sentir-lhe o relâmpago do olhar. Nunca mais O esqueceria, passando a segui-Lo, anotando os Seus ditos, os Seus feitos, Sua beleza...
No dia seguinte voltou à repartição e ao erguer os olhos que atravessavam o retângulo da porta ensolarada, observou a beleza fulgurante de Jesus, que o convida:
- Levi, filho de Alfeu, segue-me! Era mais do que um convite, tratava-se de uma ordem, uma convocação, doce e forte.
O cobrador não teve dúvidas, levantou e O seguiu.
Levi, o antigo publicano exulta, tendo saído do inverno dos preconceitos ao qual o haviam atirado para os júbilos do verão que passava a experimentar.
Estava renascido e desejava demonstrá-lo. Sentia-se impulsionado a realizar algo diferente, que sensibilizasse a cidade, o povos, os conhecidos, os inimigos...
Convidou o Rabi a um banquete no seu lar, onde cuidadosamente preparou a mesa. Levi, tem vontade de gritar, estourar o peito em uma sinfonia de felicidade dantes jamais sentida.
Quando Jesus e grupo se aproximam, Mateus avança, curva-se e esfuziante de júbilo, abre os braços e envolve o nobre visitante.
Sorrindo, o Senhor lhe diz:
- Mateus, és realmente muito feliz, porque hoje a felicidade se adentra pelo teu lar.
Jesus fez a refeição ao entardecer com os convidados do seu convocado, publicanos como ele, da mesma alfândega. Ao terminar o banquete, Jesus se preparava para sair, quando alguns não convidados da vizinhança, dentre os quais diversos fariseus que se acotovelavam, picados pela inveja e pelo ciúmes, interrogaram cínicos, a Mateus, tentando humilhá-lo:
- Por que razão vosso Mestre se senta à mesa e come com os publicanos e os pecadores?
A presunção egocêntrica faz que pensem estar isentos de pecados, somente
porque são formais, pusilânimes - o que já é um pecado - e conservadores de
superadas e vazias tradições.
Imperturbável, por conhecê-los interiormente, Jesus, redargïu:
- Não necessitam de médicos os sãos, mas sim os doentes.
A resposta verdadeira surpreende-os, desmascara-os, porque se sabem enfermos também, mas o desmedido orgulho os impedem de buscarem medicação.
Amélia Rodrigues conclui a mensagem afirmando: “Assim são as criaturas humanas, presunçosas das suas pobres prerrogativas. Estão próximas da luz e evitam-na; sentem a presença da paz e recusam-na; experimentam o perfume da felicidade mas impedem-se a harmonia... Mateus Levi mudara de atividade, encontrando sua real vocação - anotar almas para o banquete do reino de Deus”.
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