domingo, 18 de novembro de 2012

Joana D’Arc


Afirmou Divaldo Franco, no Seminário “Em busca da Saúde e da Paz”, em 19 de janeiro de 2008, realizado na Creche Amélia Rodrigues e o Centro Espírita Bezerra de Menezes (Sto. André - SP), que o amor de Jesus é extraordinário.  Afiançou que Ele desceu ao plano inferior para resgatar Judas, que após reencarnar doze vezes, num período de 1.200 anos para se redimir reaparece no cenário terrestre como Joana d’Arc.

Segundo Léon Denis (Joana D’Arc Médium. Editora Feb, Brasília, 2008) Joana d’Arc, nasceu na França, no ano de 1412, no lugarejo de Domrémy. Na época a França se encontrava em meio a uma “desordem” política, social e econômica. O rei Carlos VI estava doente e, por suas ausências no governo, a competitividade entre a casa da França e a casa de Borgonha (também na França) aguçou-se.

Os conflitos civis e a desordem social estavam instalados na França, uma quase que total anarquia e permeada por motins e assassinatos. Assim, a Inglaterra, sob o comando do rei Henrique V, viu a chance de tomar o poder na França.

No ano de 1422, o rei Carlos VI, da França, e o rei inglês Henrique V, morreram.

Quando Carlos VI morreu, tanto Henrique VI (filho de Henrique V) de Inglaterra como o jovem Delfim Carlos foram proclamados reis de França; os seus apoiantes invocavam a instabilidade mental do seu pai como causa para a assinatura do tratado, declarando-o nulo e considerando o delfim o único legítimo soberano da França. Porém, cerca de dois terços do reino obedeciam ao rei inglês, entre os quais Reims, em cuja catedral os reis de França eram tradicionalmente coroados.

No momento em que a França estava sendo invadida pelos ingleses, surgiu  Joana D’Arc, insatisfeita com o governo britânico, assim como os camponeses e populares.

Joana D’Arc era filha de pobres lavradores, aprendeu a fiar a lã junto com sua mãe e guardava o rebanho de ovelhas. Teve três irmãos e uma irmã. Não aprendeu a ler, nem a escrever, pois cedo o trabalho lhe absorveu as horas. A aldeia era bastante afastada e os rumores da guerra demoravam a chegar.

Aos 12 anos começou a ter visões. Era um dia de verão, ao meio-dia. Joana orava no jardim próximo à sua casa, quando escutou uma voz que lhe dizia para ter confiança no Senhor. A figura que ela enxergou, identificou como sendo a do arcanjo São Miguel. As duas mensageiras espirituais que o acompanhavam , como Catarina e Margarida, santas conforme a Igreja que ela frequentava.

Eles lhe falam da condição do país e lhe revelam a missão. Ela deve ir em socorro do Delfim (Carlos VII) e coroá-lo rei de França. Durante 4 anos, ela hesitou e a história de suas visões começou a se espalhar.

Dessa maneira, Joana D’Arc partiu para a corte no dia 13 de fevereiro de 1429 e chegou ao Castelo de Chinon, residência do rei Carlos VII (filho de Carlos VI) no dia 23 de fevereiro. As primeiras palavras de Joana para o rei foram em relação à visão que havia tido.

O delfim não ignorava as aventuras extraconjugais da mãe, Isabeau de Bavière. Sempre a dúvida parece ter corroído sua personalidade, fragilizada pelo contexto político tão difícil. Nesse encontro Joana D’Arc discorreu sobre os vários pedidos que Carlos VII fizera a Deus, enquanto rezava sozinho na Igreja, foi desta forma que suas palavras tiveram credito para o rei. Após ser testada também por teólogos, Joana D’Arc recebeu do rei uma espada, um estandarte e o comando geral dos exércitos franceses.

Maurice Garçon (em Joana D’Arc. Uma santa em armas) afirma que Joana queria atacar a região de Orleans sob o comando dos ingleses, por isso enviou um aviso a eles: “A vós, ingleses, que não tendes nenhum direito neste Reino de França, o Rei dos Céus vos ordena, e manda, por mim, Joana, a Donzela, que deixeis vossas fortalezas e retorneis para vosso país, caso contrário farei grande barulho”.

A tropa francesa sob o comando de Joana conseguiu empreender conquistas em diversas batalhas. Na história essa disputa ficou conhecida como a Guerra dos Cem Anos (1337 – 1453), da qual a França saiu vitoriosa, conseguindo expulsar os ingleses, principalmente do norte da França.  

Parece ter vindo de Joana d'Arc o conforto ao rei de Bourges sobre sua situação filial, na entrevista de ambos em Chinon, dando-lhe um pouco de sua confiança.

Carlos VII, agora reconhecido legítimo rei da França foi coroado e consagrado em 17 de julho de 1429, na Catedral de Reims. A partir desse momento avisaram-lhe as vozes que cairia prisioneira e ela não se surpreendeu quando o fato ocorreu.

Graças aos sucessos de Joana d'Arc, Carlos VII muda de personalidade, de indolente e indeciso, torna-se enérgico e audacioso.

Na primavera de 1430, Joana retoma a campanha militar e tenta libertar a cidade de Compiègne, dominada pelos borgonheses, aliados dos ingleses.

Após a expulsão dos britânicos, os nobres franceses, representados pelo rei Carlos VII, temerosos de uma forte aliança popular entre Joana D’Arc e a população camponesa, entregaram-na para os ingleses. Os borguinhões, aliados da Inglaterra, negociam a virgem guerreira com os ingleses, obtendo em troca 10 mil libras.

É presa em 23 de maio do mesmo ano e entregue aos ingleses cujo objetivo era que ela fosse julgada pela Santa Inquisição, o mais elevado tribunal da Igreja na França.

O tribunal reuniu-se pela primeira vez em fevereiro de 1431, com a presença do Bispo, um partidário do Duque de Borgonha, aliado à Inglaterra. Manteve-se firme durante toda a farsa de seu julgamento, que demorou cinco meses, até sua condenação à fogueira.

Acusada de herege e feiticeira, depois de meses de julgamento é condenada a ser queimada viva, no dia 30 de maio de 1431. Seu cabelo foi raspado e, por temerem a reação do povo, 120 homens armados a escoltam até o local. Ela é atada a um poste e a fogueira é acesa.

Quando as chamas a envolvem e lhe mordem as carnes, ela exclama: "Sim, minhas vozes eram de Deus! Minhas vozes não me enganaram".

Era a prova inequívoca da mediunidade que lhe guiara a trajetória terrena.

Ela foi sustentada pelas vozes até o último instante, Joana d’Arc pronunciou na fogueira sua última palavra – Jesus!

Depois de 25 anos a Igreja reabre seu processo e Joana d'Arc é reabilitada de todas as acusações, torna-se a primeira heroína da nação francesa. No dia 16 de maio de 1920, 500 anos depois, o papa Bento XV a proclama “santa”. Hoje, Joana D'Arc é a Santa Padroeira da França.

No passado distante como Judas contemplou as cenas humilhantes e angustiosas do drama do Gólgota, naquele momento o remorso o abraçou, dilacerando lhe a consciência. Mas a fatalidade do Espirito é a sublimação, de traidor vil que entregou o Amigo querido, da forma mais ignominiosa, ele, assina como Joana D'Arc no capítulo XXXI de O livro dos médiuns,  Dissertações Espíritas, à de o número 12, onde ele se dirige aos médiuns, em especial, concitando-os ao exercício do mediunato:

“Deus me encarregou de desempenhar uma missão junto dos crentes a quem ele favorece com o mediumato. Quanto mais graça recebem eles do Altíssimo, mais perigos correm e tanto maiores são esses perigos, quando se originam dos favores mesmos que Deus lhes concede.

“As faculdades de que gozam os médiuns lhes granjeiam os elogios dos homens. As felicitações, as adulações, eis, para eles, o escolho. Rápido esquecem a anterior incapacidade que lhes devia estar sempre presente à lembrança. Fazem mais: o que só devem a Deus atribuem-no a seus próprios méritos. Que acontece então? Os bons Espíritos os abandonam, eles se tornam joguete dos maus e ficam sem bússola para se guiarem. Quanto mais capazes se tornam, mais impelidos são a se atribuírem um mérito que lhes não pertence, até que Deus os puna, afinal, retirando-lhes uma faculdade que, desde então, somente fatal lhes pode ser.

“Nunca me cansarei de recomendar-vos que vos confieis ao vosso anjo guardião, para que vos ajude a estar sempre em guarda contra o vosso mais cruel inimigo, que é o orgulho. Lembrai-vos bem, vós que tendes a ventura de ser intérpretes dos Espíritos para os homens, de que severamente punidos sereis, porque mais favorecidos fostes.

“Espero que esta comunicação produza frutos e desejo que ela possa ajudar os médiuns a se terem em guarda contra o escolho que os faria naufragar. Esse escolho, já o disse, é o orgulho”.

Joana dArc.


Um comentário:

  1. Li recentemente o livro de confissões de Joana, pela médium Ermance Dufaux...
    Por: Francisco Muniz - Salvador/BA (facebook)

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