Para
melhor se entender o Evangelho de Jesus é importante conhecer a geografia da
região e o contexto histórico no qual os acontecimentos que são descritos se
sucederam.
Vamos iniciar nossos apontamentos
lembrando que Abraão é um dos personagens mais importantes das religiões
judaica, islâmica e cristã, pois representa para todas elas a transição da
idolatria para a crença em um só Deus verdadeiro.
A terra natal de Abraão, Ur , era uma
cidade da antiga Suméria, localizada nas proximidades da atual cidade de Tell
el-Muqayyar, na província de Dhi foi Qar do Iraque. É indispensável registrar
que nessa época, a cidade de Ur estava mergulhada na idolatria babilônica e na
adoração de seu deus-lua padroeiro, Sin. (Jos 24:2, 14, 15).
Assim como seus antepassados, Sem e
Noé, Abraão era um homem de fé em Deus, e, em consequência, por essa razão recebeu
a reputação de “pai de todos os que têm fé”.
Abraão era casado com uma meia-irmã, que
se chamava Sara. Com o passar dos anos a
família de Abraão mudou-se para o norte do país, foi quando ele recebeu uma
revelação divina para deixar o país, a parentela e a casa do pai, e seguir para
uma região indicada por Deus.
Com Sara, o sobrinho Ló e seus
pertences, Abraão dirigiu-se a Canaã, a região indicada por Deus. Ali permaneceu
até que um período de fome o levou ao Egito, onde fez fortuna antes de voltar
algum tempo depois para a região montanhosa de Juda, na cidade de Hebron, local
onde abriga os túmulos de Abraão, Isaac e Jacó.
Retomando as nossas lembranças... em Hebron,
Abraão ergueu um altar ao Deus único (Javé). Nessa ocasião Deus renovou suas
promessas, entre as quais a de fazer dele o patriarca de uma imensa
descendência. No entanto, Sara revelou-se estéril, desta forma, em obediência
às leis da época, Abraão com a sua escrava Agar, gerou Ismael. Os descendentes
de Ismael, os ismaelitas ou agarenos,- viriam a ser os árabes.
Isaac, o herdeiro das promessas
Divinas, nasceu quando Abraão e Sara já eram anciãos. Deus pôs à prova a fé do
patriarca ordenando-lhe que sacrificasse Isaac, ao que Abraão obedeceu
prontamente. Porém um anjo deteve a mão de Abraão e substituiu o menino por um
cordeiro, enquanto Deus prometia novamente a Abraão uma descendência que se
multiplicaria como as estrelas do céu e como a areia que está na beira do mar.
Abraão representa não apenas a origem
de um povo eleito por Deus para renovar a humanidade, mas também o homem justo,
profundamente fiel, cuja lealdade a Deus chegaria ao ponto de sacrificar o
filho em obediência à ordem divina.
Como
sabemos, Jesus nasceu no território conhecido, na época, como Palestina. Este
era, na realidade, o nome mais recente do local, dado pelos romanos e que
literalmente significava “terra dos filisteus”, derivado do grego Philistia.
Anteriormente,
a região era chamada de Filístia, nome dado pelos autores da Grécia Antiga, devido
ao fato de em parte dela (entre a atual cidade de Tel Aviv e Gaza) se terem
fixado no Século XII a.C. os Filisteus.
Os
hebreus a chamavam de Canaã, que certamente significava “Terra da Púrpura”. Era
a esperada Terra Prometida pelo Senhor aos descendentes de Abraão.
Atualmente
conhecida “Terra Santa”, ao lado de outros territórios, que abrangiam o Egito,
a Arábia, a Síria, a Mesopotâmia, a Armênia, o Irã e a Ásia Menor, fazia parte
do antigo Oriente Próximo, também chamado de Ásia Ocidental ou Ásia Anterior.
Nessa região, surgiram as primeiras civilizações do mundo, muito embora
apresentasse grandes desertos, estepes e montanhas.
Em
Canaã era crescente o crescimento da população, graças a sua localização, por
ser passagem obrigatória das rotas comerciais, possuir vales férteis, e grandes rios.
Podemos afirmar que a Palestina é uma estreita faixa
limitada ao norte pela antiga Fenícia, que corresponde hoje ao Líbano e a parte
da Síria; ao sul pela península do Sinai, região montanhosa e desértica do
Egito; a leste pelo Deserto Arábico, que atualmente se estende da Síria e da
Jordânia para outros países; e a oeste pelo Mar Mediterrâneo, um mar do
Atlântico Oriental que banha diversos países (Mapa 01).
Mapa 01 – Palestina nos Tempos de
Jesus
FONTE:
http://reflexaobiblica.spaceblog.com.br/234254/MAPA-DA-PALESTINA-NOS-TEMPOS-DE-JESUS/
Estendendo-se
de norte a sul por cerca de duzentos e quarenta quilômetros e tendo
aproximadamente vinte mil e seiscentos quilômetros quadrados.
À sombra do monte Hermon, sempre coberto de neve, com seus 2750
metros de altitude, nasce o rio Jordão, na confluência de quatro torrentes que
descem das montanhas do Líbano. Perto de suas nascentes estão às cidades de Dan
e, na época do NT, Cesaréia de Filipe (Baniyas).
A
palavra Jordão significa “aquele que desce” ou também “lugar onde se desce”.
Tem profundidade média de 1 a 3 metros e largura de 30 metros. Na maior parte
de seu curso ele se encontra abaixo do nível do mar.
Nome bem adequado ao maior rio da Palestina, pois realmente ele
nasce acima do nível do Mediterrâneo, atravessa o lago de Hule, ainda a 80
metros acima do nível do mar, forma a 16 km ao sul o lago de Genezaré, que já
está a 210 metros abaixo do nível marítimo e tem sua foz no mar Morto, 110 km
abaixo, situado nada menos que a 390 metros abaixo do nível do Mediterrâneo.
A característica principal
do rio Jordão é o seu progressivo aumento de salinidade à medida que avança
para o Mar Morto. De fato, penetra doce no Lago de Tiberíades, mas saliniza a
partir daí até chegar ao Mar Morto que, com 325 partes por mil de salinidade, é
25 % mais salino que os oceanos.
Atualmente,
certamente menor do que naquela época do Cristo, a Palestina está dividida em três
porções. Uma foi transformada no Estado de Israel. As outras duas são a Faixa
de Gaza e a Cisjordânia. E, infelizmente, ainda continua sendo palco de
inúmeras guerras (Mapa 02).
Mapa 02 – Palestina Atual
FONTE: http:// http://professororlandocastro.blogspot.com.br/2011_07_01_archive.html
No
tempo de Jesus, graças às conquistas realizadas pela dinastia asmoniana que
governou a Judéia durante um período de 126 anos e por Herodes, Canaã tinha, praticamente,
seus primitivos limites e estava dividida em várias regiões. Porém, as principais eram a Samaria, a Judeia e a
Galileia. Entre as menores pode-se citar: a Pereia – ou Pareia -, a Idumeia, a
Itureia, a Bataneia, a Traconites, a Abilene e a Gaulanites (Mapa 03).
Mapa 03 – A Palestina sob os Herodes
FONTE: http://mapasbiblicos.blogspot.com.br/2012/07/a-palestina-no-tempo-de-jesus.html
Observando
o Mapa 03 percebe-se que a Galileia, palco da maior parte da vida terrena de
Jesus e, claro das suas pregações, localiza-se ao norte da Palestina. Sua população
bastante mesclada – tendo fenícios, sírios, árabes e gregos.
Um
fato relevante que se deve registrar é que na Galileia, situada quase duzentos
metros abaixo do mediterrâneo, o povo na sua maioria não sabia ler ou escrever.
Era gente muito simples que se dedicava ao cultivo da terra e a criação de
animais. Na maioria, pescadores, graças às margens do rio Jordão, ao Mar Mediterrâneo e
ao Lago Tiberíades.
Leitura consultada
e recomendada:
1.A
Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição Familiar: Difusão
Cultural do Livro
2.AQUINHO,
Rubim Santos Leão de. História das sociedades – das comunidades primitivas às
sociedades medievais. 1.ed. 8.reimpressão. Rio de Janeiro, RJ: Editora ao Livro
Técnico, 1993
3.BLAINEY,
Geoffrey. Uma breve história do mundo.[versão brasileira da editora].2.ed. São
Paulo, SP: Editora Fundamento Educacional, 2008
4.FRANCO,
Divaldo Pereira. Um encontro com Jesus. Compilado por Délcio Carlos Carvalho.
1.ed. Salvador, BA: LEAL Editora, 2007
5.FRANCO,
Divaldo Pereira. Pelos caminhos de Jesus. Pelo Espírito Amélia Rodrigues. 6.ed.
Salvador, BA: LEAL Editora, 2002
6.FRANCO,
Divaldo Pereira. Primícias do Reino. Pelo Espírito Amélia Rodrigues. 11.ed.
Salvador, BA: LEAL Editora, 2008
7.FRANCO,
Divaldo Pereira. Há flores no caminho. Pelo Espírito Amélia Rodrigues.6.ed.
Salvador, BA: LEAL Editora, 2002
8.FRANCO,
Divaldo Pereira. Sou Eu – a paixão de Cristo na visão Espírita. Organizado por Álvaro Chrispino. 1.ed. Salvador,
BA: LEAL Editora, 2007
9.JAGUARIBE,
Helio. Um estudo crítico da história – volume I. Tradução de Sergio Bath. 1.ed. São Paulo, SP:
Paz e Terra, 2001
10.RENAN,
Ernest. Vida de Jesus Tradução de Eliana
Maria de A. Martins. 1.ed. São Paulo, SP: Editora Martin Claret,
2004
11.VERMES, Geza. Quem
é quem na época de Jesus. Tradução de Alexandre Martins. Revisão técnica de
Marcos de Castro. 1.ed. Rio de Janeiro, RJ: Record, 2008
Sites consultados:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Deserto_ar%C3%A1bico;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pen%C3%ADnsula_do_Sinai;
h t t p : / / p t . w i k i p e d i a . o r g / w i k i
/Rio_Jord%C3%A3o;
http://p t . w i k i p e d i a . o r g / w i k i
/Bet%C3%A2nia_(Israel);
http://p t . w i k i p e d i a . o r g / w i k i /Monte_das_Oliveiras;
http://p t . w i k i p e d i a . o r g / w i k i /Gets%C3%AAmani;
http:// http://professororlandocastro.blogspot.com.br/2011_07_01_archive.html;
http://mapasbiblicos.blogspot.com.br/2012/07/a-palestina-no-tempo-de-jesus.html.
pesquisando encontrei hoje seu blog. gostei muito e percebi como estudante que sou os caminhos percorridos por voce para as postagens parabéns. Se puder visite-me em meu blog também.abção Ceile
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