Em
relação ao Lago Tiberíades, também conhecido como o Mar da Galileia, ou Mar de
Tiberíades ou Lago de Genesaré era adorado pelos judeus, uma vez que ao seu
redor a vegetação e a fertilidade da terra eram abundantes. Naquela época o
Lago Tiberíades era a principal fonte de sustento para a região. Os
historiadores chegam a afirmar que, naquele tempo, havia cinco mil barcos
pescando a uma só vez. Desta forma prosperaram, em seu derredor, inúmeras
cidades, inclusive de importância nos Evangelhos, como Betsaida, a nordeste do
Lago de Genesaré, e Cafarnaum, Magdala e Tiberíades,
Figura 01 – Lago de Genesaré
No
entanto, lembramos que a Galileia era uma região mais pobre do que a Judeia, e
que a população do local atravessava Grande parte da missão de Jesus
transcorreu nas margens do Mar de Tiberíades. Havia uma faixa de povoações à
volta do lago, muito comércio e transporte por barco. momentos difíceis.
Figura 02 – Jesus recrutou quatro dos seus
apóstolos nas margens do lago de Genesaré
FONTE: http://comunidadeascensaodosenhor.blogspot.com.br/2011/01/3-domingo-comum-mt-4-12-23_22.html |
Narra
Marcos no capítulo 1 (14-20) que:
14 Depois de
João ter sido preso, Jesus veio para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus,
15 dizendo:
“Completou-se o tempo , e o reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede
no Evangelho”.
16 Enquanto
caminhava ao longo do mar da Galiléia, Jesus viu Simão e André, seu irmão,
lançando a rede ao mar, pois eram pescadores.
17 E Jesus
lhes disse: “Vinde comigo, e eu farei de vós pescadores de gente”. 18 Deixando
imediatamente as redes, eles o seguiram.
19 Indo um
pouco mais adiante, viu Tiago filho de Zebedeu e João, seu irmão, consertando
as redes no barco.
20 Ele os
chamou. E eles deixaram o pai, Zebedeu O batismo, no barco com os empregados e
partiram, seguindo Jesus.
Também,
como Marcos, o Evangelho segundo Mateus (4:18-22) descreve como Jesus recrutou
quatro dos seus apóstolos nas margens do lago de Genesaré: o pescador Pedro e
seu irmão André, e os irmãos João e Tiago.
O
livro “Quando Voltar a Primavera” é mais uma joia literária com que nos
presenteia o Espírito Amélia Rodrigues através da mediunidade de Divaldo
Franco. Por meio das imagens construídas em sua narrativa, passamos a conhecer
ainda mais, e melhor, a Vida e a Obra de Jesus e dos Apóstolos, os costumes e
tradições dos povos daquela época.
Na obra citada, no capitulo 3, Brandos e Pacíficos, a autora espiritual afirma que Jesus realizava atendimentos e pregações à margem do Mar de Tiberíades:
“A
azáfama do dia cedera lugar a terna e suave tranquilidade. As atividades
fatigantes alongaram-se até as primeiras horas da noite, que se recamara de
astros alvinitentes. Os últimos corações atendidos, à margem do lago, após a
formosa pregação do entardecer, demandaram os seus sítios facultando que eles,
a seu turno, volvessem à casa de Simão”.
Dando seguimento, diz que após repasto simples, o Mestre voltou à praia em companhia do apóstolo afeiçoado. Percebe-se dessa forma que as margens do lago era também um local escolhido por Jesus para realizar reflexões, com certeza orações e conversação renovadora com os companheiros de jornada. Comprovando nossos apontamentos, Amélia assevera que Cristo percebeu que Simão estava tristonho e interrogou com amabilidade:
“- Que
aflição tisna a serenidade da tua face, Simão, encobrindo-a com o véu de
singular tristeza? [...]
- Cansaço,
Senhor. Sinto-me muitas vezes descoroçoado, no ministério abraçado... Não fosse
por ti [...]. É verdade que devemos perdoar todas as ofensas, no entanto,
como suportar a agressividade que nos fere, quando pretende admoestar e que
humilha, quando promete ajudar?
- Guardando
a paz do coração - redarguiu o divino Benfeitor.
- Todavia -
revidou o discípulo sensibilizado - como conservar a paz, estando sitiado
pela hipocrisia de uns, pela suspeita pertinaz de outros, sob o olhar
severo das pessoas que sabemos em pior situação do que a nossa?
- Mantendo a
brandura no julgamento - respondeu o Senhor.
- Concordo
que a mansuetude é medicamento eficaz - redargüiu Pedro -, não obstante, não
seria de esperarmos que os companheiros afeiçoados à luz nova também a
exercitassem por sua vez? Quando a dúvida sobre nossas atitudes parte de
estranhos, quando a suspeição vem de fora da grei, quando a agressividade nos
chega dos inimigos da fé, podemos manter a brandura e a paz íntimas.
Entrementes, sofrer as dificuldades apresentadas por aqueles que nos dizem
amar, tomando parte no banquete do Evangelho, convém consideremos ser
muito mais difícil e grave o cometimento...
Percebendo a
angústia que se apossara do servo querido, o Mestre, paciente e
judicioso, explicou:
- Antes de
esperarmos atitudes salutares do próximo, cabe-nos o dever de oferecê-las.
Porque alguém seja enfermo pertinaz e recalcitrante no erro, impedindo que
a luz renovadora do bem o penetre e sare, não nos podemos permitir o
seu contágio danoso, nem nos é lícito cercear-lhe a oportunidade de buscar
a saúde. Certamente, dói-nos mais a impiedade de julgamento que parte do
amigo e fere mais a descortesia de quem nos é conhecido. Ignoramos, porém, o
seu grau de padecimento interior e a sua situação tormentosa. Nem todos os
que nos abraçam fazem-no por amor, bem o sabemos... Há os que, incapazes
de amar, duvidam do amor do próximo; os que mantendo vida e atitudess
dúbias descrêem da retidão alheia; os que tropeçando e tombando descuram de
melhorar a estrada para os que vêm atrás... Necessário compreendê-los todos e
amá-los, sem exigir que sejam melhores ou piores, convivendo sob o bombardeio
do azedume deles sem nos tornar-nos displicentes para com os nossos deveres ou
amargos em relação aos outros[...]”
Gandhi,
o inesquecível líder hindu, afirmou certa vez que o Sermão da Montanha é a mais
bela página da Humanidade e que por si só preservaria os patrimônios
espirituais humanos, ainda que se perdessem os livros sagrados de todas as
religiões. O Sermão teve lugar numa colina com vista para o Lago de Genesaré. O
evangelista Mateus o registrou nos capítulos 5, 6 e 7 do seu Evangelho, no qual
Jesus compôs, com a simplicidade da sabedoria autêntica e com a profundidade da
verdade revelada, uma síntese das leis morais que regem a evolução humana.
Segundo
Santo Agostinho o Sermão do Monte ou Sermão da Montanha é a “Perfeita
Regra ou Padrão da Vida Cristã”, não há duvidas é uma codificação dos ensinamentos
de Jesus. Contém a cerne da chamada Boa Nova, que Jesus nos trouxe com o
objetivo de tirar a humanidade da ignorância e facilitar o seu progresso moral.
O
local tradicional para o Monte das Bem-aventuranças é na margem noroeste do Mar
da Galileia, entre Cafarnaum e Genesaré (Ginosar). A localização real do Sermão
da Montanha não é certo, mas o lugar atual (também conhecido como Monte Eremos)
foi comemorado durante mais de 1600 anos. Outras localizações sugeridas
incluíram o Monte Arbel, este fica muito perto.
Figura 03 – Monte Eremos
FONTE: http://prjoseiadrn.blogspot.com.br/2012/03/o-monte-das-bem-aventurancas-em-israel.html |
O Sermão do Monte inicia-se, segundo o
apostolo Mateus (cap 5), com “As Beatitudes” ou “Bem-aventuranças” (que
significa boa sorte, bom destino):
1 Jesus, pois, vendo as multidões,
subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos,
2 e ele se pôs a ensiná-los, dizendo:
3 Bem-aventurados os humildes de
espírito, porque deles é o reino dos céus.
4 Bem-aventurados os que choram,
porque eles serão consolados.
5 Bem-aventurados os mansos, porque
eles herdarão a terra.
6 Bem-aventurados os que têm fome e
sede de justiça porque eles serão fartos.
7 Bem-aventurados os misericordiosos,
porque eles alcançarão misericórdia.
8 Bem-aventurados os limpos de
coração, porque eles verão a Deus.
9 Bem-aventurados os pacificadores, porque
eles serão chamados filhos de Deus.
10 Bem-aventurados os que são
perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
11 Bem-aventurados sois vós, quando
vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por
minha causa.
Desta
forma, o Mar da Galileia fez parte do cenário onde Jesus nos ensinou a
conquistarmos os valores espirituais e nos desapegarmos da matéria. Falou-nos
das consolações que esperam aqueles que sofrem e não perdem a coragem diante
das lutas da vida; da fé na Justiça Divina que dá a cada um segundo suas obras
e da esperança por dias melhores.
O
Rabi da Galileia ainda nos ensina a importância de nos tornarmos mansos,
justos, misericordiosos, limpos de coração e pacificadores.
Dando
seguimento ao Sermão afirma que somos o sal da Terra e a luz do mundo, que a
nossa grandeza ou pequenez espiritual está na razão direta das nossas boas ou
más ações, na qualidade dos exemplos que dermos aos nossos irmãos.
Ensina
a nos reconciliarmos com nossos irmãos enquanto estamos com eles no caminho e a
extrairmos dos nossos corações todo o mal que nele existe para não perdermos a
oportunidade.
Ensina-nos
a amarmos os nossos inimigos, a sermos como o Nosso Pai que está nos céus, que
faz com que o sol se levante sobre os bons e maus e como a chuva que cai sobre
os justos e injustos.
Conclama-nos
enfim, a sermos perfeitos como é perfeito o nosso Pai.
A
necessidade da prática da caridade não é esquecida, assim como a postura que
devemos ter no ato da prece.
O
Mestre finaliza afirmando que todo aquele que escuta as suas palavras e as
pratica é semelhante ao homem criterioso que construiu sua casa sobre a rocha.
Diante da solidez da edificação, mesmo com as chuvas que caíram, com a
correnteza dos rios e o sopro dos ventos, a casa não ruiu.
Figura 04 – Espirito Amélia Rodrigues
FONTE: http://manancialdeluz.blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html |
O
Espirito Amélia Rodrigues, por Divaldo
Pereira Franco, realiza notas de extraordinária grandiosidade no livro “Até O
Fim Dos Tempos”, na página 34 ela justifica porque Jesus escolheu a Galileia
para iniciar sua Missão e refere-se ao Mar de Tiberíades, nos convidando ao
recolhimento e apaziguando o nosso coração tão carente:
“Jesus era o
Messias esperado, que começara na humilde Galiléia, onde os corações eram mais
afetuosos e os afazeres mais cativos: a pesca, o pastoreio, a agricultura...sem
espaços mentais para as celeumas intermináveis em torno da Lei, a respeito da
governança ignóbil disputada pelo romano desdenhoso e pelo Sinédrio arbitrário,
todos porém, esmagando o povo, de que se utilizavam para explorar e afligir...
Aquela
região, fresca e romanesca, tinha o seu espelho líquido onde o Sol diariamente
se banhava entre os perfumes que se evolavam dos rosais silvestres misturados
com as madressilvas miúdas que enxameavam na relva verdejante.
Oliveiras
antigas desenhavam arabescos variados nos troncos retorcidos, enquanto as ondas
se arrebentavam incessantemente entre seixos e conchas espalhados sobre a areia
de tonalidade creme.
À orla do
lago Genesaré, também conhecido como mar
da Galiléia, as aldeias,
habitadas
por gentes simples, se multiplicavam entre as cidades de maior porte
como
Magdala, Dalmanuta, Cafarnaum... À noite, quando as lâmpadas de barro vermelho
acendiam suas luzes, o poema da
Natureza se apresentava em tonalidades
bruxuleantes e festivas constratando com as estrelas alvinitentes que fulgiam
no zimbório escuro e cheio de mistérios...
Naquelas
regiões, entre as vozes humanas e as onomatopéias, o Cantor entoava o Seu hino
à vida em poemas de inefável amor que arrebatava, enquanto Suas mãos cariciosas
limpavam as rudes penas que explodiam em pústulas virulentas, que afligiam os
infelizes que dele se acercavam. O Seu
querer alterava os acontecimentos e os fenômenos da misericórdia de Deus
se tornava realidade, produzindo júbilo e encantamento.
Os anciãos,
por quase todos desdenhados, sentiam-se apoiados no cajado da Sua palavra
vigorosa; as crianças, bulhentas e pouco compreendidas, silenciavam enquanto
eram atraídas pela luz dos Seus olhos, e os Espíritos perversos fugiam da Sua
presença.
Mesmo
aqueles que se haviam tornado Seus adversários, movidos pela inveja
doentia e
pela perversidade em que se compraziam, ao enfrentarem-no receavam o Seu poder,
ante o qual se sentiam amesquinhados.
E Ele falava
a respeito do reino dos céus em uma dimensão a que não estavam acostumados
aqueles que o buscavam”.
Figura 05 – Jesus andando sobre o
mar
FONTE:: http://enfoquegospel.com/articulistas/janderson-nunes/nao-de-barco-mas-por-cima-das-aguas/ |
Um
outro episódio que merece destaque, é narrado por Mateus no capítulo 14:
22 Logo
em seguida obrigou os seus discípulos a entrar no barco, e passar adiante dele
para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões.
23 Tendo-as
despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho.
24 Entrementes,
o barco já estava a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o
vento era contrário.
25 Â
quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando sobre o mar.
26 Os
discípulos, porém, ao vê-lo andando sobre o mar, assustaram-se e disseram: É um
fantasma. E gritaram de medo.
27 Jesus,
porém, imediatamente lhes falou, dizendo: Tende ânimo; sou eu; não temais.
28 Respondeu-lhe
Pedro: Senhor! se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas.
29 Disse-lhe
ele: Vem. Pedro, descendo do barco, e andando sobre as águas, foi ao encontro
de Jesus.
30 Mas,
sentindo o vento, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor,
salva-me.
31 Imediatamente
estendeu Jesus a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que
duvidaste?
32 E
logo que subiram para o barco, o vento cessou.
33 Então
os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de
Deus.
34 Ora,
terminada a travessia, chegaram à terra em Genezaré.
35 Quando
os homens daquele lugar o reconheceram, mandaram por toda aquela
circunvizinhança, e trouxeram-lhe todos os enfermos;
36 e
rogaram-lhe que apenas os deixasse tocar a orla do seu manto; e todos os que a
tocaram ficaram curados.
Este
fato que cogita ensinar o poder da fé, pois até mesmo nas circunstâncias mais
adversas, a fé é apropriada para atribuir o poder de Deus é também descrito por
Mateus
( 8 : 23-27), João ( 6: 16=24) e Marcos ( 4 : 35-41).
O
Espiritismo explica o fenômeno através da mediunidade de efeitos físicos que
Jesus, claro era portador. Este tipo de mediunidade depende do ectoplasma
(energia psíquica), para erguer pessoas e objetos. Entretanto há um aspecto
interessante que merece enfoque. Pedro pede para ir até onde Jesus está e
devido às ondas e o vento, se apavora e começa a afundar. Jesus estende-lhe a
mão e o salva.
Figura 06 – Jesus acalma
a tempestade
FONTE:: http://bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2010/01/jesus-acalma-tempestade.html |
Conta
Lucas que:
22 Ora,
aconteceu certo dia que entrou num barco com seus discípulos, e disse-lhes:
Passemos à outra margem do lago. E partiram.
23 Enquanto
navegavam, ele adormeceu; e desceu uma tempestade de vento sobre o lago; e o
barco se enchia de água, de sorte que perigavam.
24 Chegando-se
a ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, estamos perecendo. E ele,
levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se
bonança.
25 Então
lhes perguntou: Onde está a vossa fé? Eles, atemorizados, admiraram-se, dizendo
uns aos outros: Quem, pois, é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe
obedecem?
O
mar da Galileia fica a cerca de 213 metros abaixo do nível do mar Mediterrâneo.
O local goza de clima semitropical, e o ar quente ali produzido, ao chocar-se
com o ar frio, proveniente dos montes próximos, com frequência provoca
tempestades violentas, o que é comprovado nos Evangelhos. Desta forma
percebemos que os temporais, no lago da Galileia, eram inesperados e intensos,
devido às condições atmosféricas e à configuração geográfica.
Encarnados
em um planeta de provas e expiações também nos encontramos à mercê de
temporais. Sem a proteção de Deus, todos nós estaríamos perdidos, tanto física
quanto espiritualmente. Porém é possível dormir em meio à tempestade. Notemos
que Jesus dormia. Ele esta na condição de um ser humano.
Os
discípulos correram: “Como podes dormir assim, deixando-nos perecer?!” Foi
apenas natural um grito desses, em uma emergência daquelas, mas seus clamores
poderiam ter sido governados pela fé, e não pela dúvida amarga.
A
palavra dita por Jesus produziu calmaria instantânea. Sua voz ainda pode
ser ouvida por aqueles que escutam. Nenhuma força, até hoje, pode perturbar ou
causar destruição, quando a alma dá ouvidos à Sua voz, e lhe obedece. A palavra
de Jesus é suficiente para acalmar o mar agitado da nossa vida.
Figura 07 – Multiplicação dos pães e dos peixinhos
FONTE:: http://teresinianos.blogspot.com.br/2011/07/multiplicacao-dos-paes-xviii-dom-com.html |
Mais
uma vez o Mar da Galileia é testemunha de mais um feito do Mestre Jesus, é o
que nos conta João no capítulo 6:
1 Depois
disto partiu Jesus para o outro lado do mar da Galiléia, que é o de Tiberíades.
2 E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos.
3 E Jesus subiu ao monte, e assentou-se ali com os seus discípulos.
2 E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos.
3 E Jesus subiu ao monte, e assentou-se ali com os seus discípulos.
4 E a
páscoa, a festa dos judeus, estava próxima.
5 Então
Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele,
disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?
6 Mas dizia
isto para o experimentar; porque ele bem sabia o que havia de fazer.
7 Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco.
7 Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco.
8 E um dos
seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:
9 Está aqui
um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para
tantos?
10 E disse
Jesus: Mandai assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar.
Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil.
11 E Jesus
tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, e os
discípulos pelos que estavam assentados; e igualmente também dos peixes, quanto
eles queriam.
12 E, quando
estavam saciados, disse aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que
sobejaram, para que nada se perca.
13
Recolheram-nos, pois, e encheram doze alcofas de pedaços dos cinco pães de
cevada, que sobejaram aos que haviam comido.
14 Vendo,
pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é
verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo.
Mateus
(14:13-21), Marcos (6:30-34) e Lucas 9:10-17 também citam a multiplicação
dos pães e peixinhos. Como espíritas não acreditamos em milagres, mas
também não somos descrentes, por isso vamos analisar alguns ângulos.
Em
primeiro lugar concordamos com alguns estudiosos, que consideram
excesso da admiração dos apóstolos afixar o número dos que foram alimentados
em 5.000 homens, fora as mulheres e as crianças. É verdadeiramente um
exagero, se considerarmos que as aldeias teriam poucas centenas de habitantes,
seria necessário esvaziar inúmeras aldeias e não se chegaria ao número citado.
Alguns
autores explicam o ocorrido através do fenômeno mediúnico
do "transporte". Ou seja, os espíritos transportam objetos de
fora para dentro de uma sala, mesmo com as portas fechadas. Há, também, o
fenômeno de materialização. O objeto transportado se materializa no
local. Estes confrades defendem que os espíritos subordinados a Jesus poderiam
transportar os pães e peixinhos fritos até o local. No entanto naquela época o
pão era feito pela dona de casa para o consumo de uma semana ou eram
vendidos em pequenos estabelecimentos. Com certeza se os pães fossem
transportados certamente os proprietários sofreriam grande prejuízo, assim como
as famílias, que ficariam sem o pão da semana.
Uma
outra explicação seria ponderar que os espíritos assistentes do Mestre,
utilizaram a matéria disseminada no espaço e materializassem os pães e
peixinhos. Não há duvida que Jesus tivesse condições de fazer ou mandar fazer
em grande escala.
Por
outro lado alguns estudiosos da Doutrina Espirita defendem que muitas pessoas
teriam levado lanches e estavam escondendo só para si. Com as
palavras de amor e fraternidade de Jesus, e o gesto humilde do rapazinho que
entregou os seus pães e peixinhos fritos, todos dividiram com todos, o que
traziam. Podemos assim afirmar que houve o milagre da fraternidade, da
solidariedade.
Metaforicamente
podemos aceitar que o pão do espírito, a Boa Nova ensinada pelo Mestre,
alimenta multidões, e ainda sobra muita coisa, não terminando nunca.
Podemos
concluir meditando sobre a letra de um poema, ditado pelo Espirito Meimei a Francisco
Cândido Xavier:
“Desejava, Jesus,
Ter um grande armazém
De bondade constante
Maior do que os maiores que conheço
Para entregar sem preço
As criaturas de qualquer idade
As encomendas de felicidade
Sem perguntar a quem.
Eu desejava ter um braço mágico
Que afagasse os doentes
Sem qualquer distinção
E um lar onde coubesse
Todas as criancinhas
Para que não sentissem solidão.
Desejava, Senhor,
Todo um parque de amor
Com flores que cantassem,
Embalando os pequeninos
Que se encontram no leito
Sem poderem sair,
E uma loja de esperança
Para todas as mães.
Eu queria ter comigo
Uma estrela em cuja luz
Nunca pudesse ver
Os defeitos do próximo
E dispor de uma fonte cristalina
De água suave e doce
Que pudesse apagar
Toda palavra que não fosse
Vida e felicidade.
Eu queria plantar
Um jardim de união
Junto de cada moradia
Para que as criaturas se inspirassem
No perfume da paz e da alegria.
Eu queria, Jesus,
Ter os teus olhos
Retratados nos meus
A fim de achar nos outros,
Nos outros que me cercam,
Filhos de Deus
E meus irmãos que devo compreender e
respeitar.
Desejava, Senhor, que a bênção do
Natal
Estivesse entre nós, dia por dia,
E queria ter sido
Uma gota de orvalho
Na noite em que nasceste
A refletir,
Na pequenez de minha condição,
A luz que vinha da canção Entoada nos
Céus:
- “Glória a Deus nas Alturas,
Paz na Terra, Boa Vontade em tudo,
Agora e para sempre!...”
Leitura consultada
e recomendada:
A
Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição Familiar: Difusão
Cultural do Livro
AQUINHO,
Rubim Santos Leão de. História das sociedades – das comunidades primitivas às
sociedades medievais. 1.ed. 8.reimpressão. Rio de Janeiro, RJ: Editora ao Livro
Técnico, 1993
BLAINEY,
Geoffrey. Uma breve história do mundo.[versão brasileira da editora].2.ed. São
Paulo, SP: Editora Fundamento Educacional, 2008
FRANCO, Divaldo Pereira.
Após a tempestade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 6 Salvador: LEAL, 1974.
FRANCO, Divaldo Pereira. Até O Fim Dos
Tempos. Pelo Espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 2000..
FRANCO, Divaldo Pereira. Brandos e pacíficos. In:___.
Quando voltar a primavera. Pelo espírito Amélia Rodrigues. 5. ed. Salvador:
LEAL, 1994. cap. 3.
FRANCO,
Divaldo Pereira. Há flores no caminho. Pelo Espírito Amélia Rodrigues.6.ed.
Salvador, BA: LEAL Editora, 2002
FRANCO,
Divaldo Pereira. Pelos caminhos de Jesus. Pelo Espírito Amélia Rodrigues. 6.ed.
Salvador, BA: LEAL Editora, 2002
FRANCO,
Divaldo Pereira. Pena de morte. In.:___. Após a tempestade. Pelo espírito
Joanna de Ângelis. Salvador:LEAL, 1974.
FRANCO,
Divaldo Pereira. Primícias do Reino. Pelo Espírito Amélia Rodrigues. 11.ed.
Salvador, BA: LEAL Editora, 2008
FRANCO,
Divaldo Pereira. Sou Eu – a paixão de Cristo na visão Espírita.
FRANCO,
Divaldo Pereira. Um encontro com Jesus. Compilado por Délcio Carlos Carvalho.
1.ed. Salvador, BA: LEAL Editora, 2007
JAGUARIBE,
Helio. Um estudo crítico da história – volume I. Tradução de Sergio Bath. 1.ed. São Paulo, SP:
Paz e Terra, 2001
RENAN,
Ernest. Vida de Jesus Tradução de Eliana
Maria de A. Martins. 1.ed. São Paulo, SP: Editora Martin Claret, 2004
VERMES,
Geza. Quem é quem na época de Jesus. Tradução de Alexandre Martins. Revisão
técnica de Marcos de Castro. 1.ed. Rio de Janeiro, RJ: Record, 2008
Sites consultados:
Parabéns pelo blog. Há entretanto um grande erro que precisa ser corrigido: estes locais ficam em Israel de fato, não Palestina. Estive, por exemplo, no Mar da Galileia, em Israel hoje - e também em Israel na época de Jesus. Independente de posições partidárias, temos, como educadores, um compromisso com a informação correta. No território palestino encontra-se somente Belém.
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