Cafarnaum
é uma antiga
aldeia de pescadores (em hebraico Kfar Nachum, a Aldeia de Naum) situa-se na
costa noroeste do o Mar da Galiléia, 2,5 km a nordeste de Tagba e a uns 15 km
ao norte de Tiberíades.
Figura 01 – Cafarnaum na época de Jesus
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FONTE: http://numinosumteologia.blogspot.com.br/2010/07/ilustracoes-do-novo-e-antigo-testamento.html |
A aldeia
supracitada é referida pela primeira vez no Novo Testamento, onde se pode
perceber que representou papel importante nas narrativas do Evangelho, como o
lugar onde Jesus viveu durante grande parte de sua missão na Galiléia. Nesse
vilarejo Ele "curou muitos que estavam doentes", e também
"expulsou os espíritos" dos endemoninhados.
Simão
(chamado Pedro) e seu irmão André; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João -
viviam na aldeia, além de Mateus (Levi, filho de Alfeu), que era coletor de
impostos no local.
O
evangelista Mateus (4,13) narra que Jesus “deixando Nazaré, veio habitar em
Cafarnaum, sobre as margens do mar, nas regiões de Zabulon e de Neftali”.
Segundo
estudos arqueológicos, Cafarnaum era uma cidade muito pobre, mas bem
organizada, a semelhança das cidades planejadas, ela foi construída de forma
octogonal, comum à cultura grega daquele tempo.
A
cidade escavada é dividida em nove partes, chamadas de insulae, dispostas sobre
os dois lados da estrada principal ou cardo maximus, uma estrada muito
importante, que unia o Egito a Síria indo até Damasco sua capital. Era ao redor
desta que as pessoas construíam suas casas.
As
famílias se reuniam em clãs, ou seja, residiam no mesmo terreno dividido em
duas partes. No meio ficava um corredor comum a todos. Uma única
entrada, sempre munida de porta, separava as casas da estrada.
Os
fogões à lenha, máquinas de grãos de tipo artesanal e as escadinhas de acesso
ao teto eram colocados no corredor. Ao redor destes pequenos pátios, ou
corredores, estavam os cômodos onde morava cada família pertencente ao clan: em
geral as habitações eram formadas por uma sala leito (um único cômodo onde
inclusive se dormia), iluminadas por uma série de janelas que davam para um
pequeno corredor interno.
Um
fato interessante é que as casas no corredor central não possuíam portais com
portas: cada domicílio era sempre aberto em respeito aos outros.
A
única porta estava situada sobre a estrada e podia ser fechada por
dentro. As salas de moradia eram construídas com muros de grossas
pedras informes de basalto (lava vulcânica) com adornos internos revestidos com
uma massa de terra.
Os
pavimentos eram feitos com rochas de basalto (lava vulcânica), lisas e
arredondas pela erosão. Alguns desses vinham embelezados por uma mistura de
terra amarela. De frente a uma parede da sala se encontra
(em algumas casas) um banco feito de pedras para apoiar os pequenos objetos
domésticos como vasos, lâmpadas e outros.
Os
tetos eram feitos com travessas de madeira para sustentar a laje
feita de terra empastada com palha. Esse tipo de teto assegurava frescor e
sombra. A iluminação do ambiente era mantida por pequenas janelas, essas não possuíam
grades, eram inteiramente abertas para a entrada livre do sol.
Durante
o dia, Jesus peregrinava, subindo e descendo morros, debaixo de sol, poeira,
chuva... À noite, costumava ficar na casa de Simão Pedro e, eram nesses
momentos de familiaridade, que Ele instruía, conversava e esclarecia, conforme
as duvidas dos participantes.
Com
o passar do tempo a sua fama foi se espalhando pelas aldeias, esses encontros
começaram a atrair muitas pessoas, que se aglomeravam ao redor da casa de
Pedro, na tentativa de ver e ouvir Jesus e, talvez, obter algum indulto
especial... Porém alguns ali se encontravam apenas por curiosidade...
Muitas vezes reunia-se tal multidão, que não era possível encontrar lugar nem
mesmo junto à porta.
Continuamos
da mesma forma, pedintes de alivio em um vale de lagrimas, doentes da alma.
Ainda não somos capazes de identificar as pessoas e coisas boas e edificantes
que nos cercam. Já é hora de aprender a agradecer e valorizar coisas simples
que nos cercam. Geralmente só percebemos a importância ao perdê-las.
Figura 02 – Casas no tempo de Jesus
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FONTE: www.blog.cancaonova.com |
As moedas
mais antigas encontradas no local datam do século II a.C.. Na época de Cristo,
havia em Cafarnaum um posto alfandegário e uma pequena guarnição romana
comandada por um centurião.
Após ter
sido seriamente danificada no terremoto de 746, a aldeia foi reconstruída a
pequena distância, mais ao nordeste (onde se situa a atual Igreja
Greco-Ortodoxa), mas pouco se conhecem de sua história posterior, seu declínio
e eventual abandono durante o século XI. Apesar da importância de Cafarnaum na
vida de Jesus, não há indicação de nenhuma construção durante o período dos
cruzados. Um viajante do século XIII encontrou apenas as cabanas de sete
pescadores pobres.
O sítio
foi "redescoberto" em 1838 pelo geógrafo bíblico americano Dr. Edward
Robinson. Em 1866, o Capitão Charles W. Wilson, explorador britânico,
identificou as ruínas da sinagoga.
Nos
anos 70, época em que Marcos escreveu, havia muitos conflitos no dia a dia das sociedades,
mas o povo nem sempre sabia como se conduzir diante das denúncias que vinham da
parte das autoridades romanas e dos líderes dos judeus. Este é um fato que teve
interferência na sua narrativa. O objetivo do Evangelista era registrar
orientações sobre o como comportar-se diante das adversidades encontradas.
Claro que os conselhos ficaram eternizados, uma vez que nos encontramos
encarnados em um planeta de prova e expiações.
Narra
Marcos no capitulo 2 (1-13):
1. Alguns dias depois, Jesus
entrou novamente em Cafarnaum e souberam que ele estava em casa.
2. Reuniu-se uma tal multidão,
que não podiam encontrar lugar nem mesmo junto à porta. E ele os instruía.
3. Trouxeram-lhe um paralítico,
carregado por quatro homens.
4. Como não pudessem apresentar-lhe
por causa da multidão, descobriram o teto por cima do lugar onde Jesus se
achava e, por uma abertura, desceram o leito em que jazia o paralítico.
5. Jesus, vendo-lhes a fé, disse
ao paralítico: "Filho, perdoados te são os pecados."
6. Ora, estavam ali sentados
alguns escribas, que diziam uns aos outros:
7. "Como pode este homem
falar assim? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão Deus?"
8. Mas Jesus, penetrando logo com
seu espírito tios seus íntimos pensamentos, disse-lhes: "Por que pensais
isto nos vossos corações?
9. Que é mais fácil dizer ao
paralítico: Os pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito
e anda?
10. Ora, para que conheçais o
poder concedido ao Filho dó homem sobre a terra (disse ao paralítico),
11. eu te ordeno: levanta-te,
toma o teu leito e vai para casa."
12. No mesmo instante, ele se
levantou e, tomando o. leito, foi-se embora à vista de todos. A, multidão
inteira encheu-se de profunda admiração e puseram-se a louvar a Deus, dizendo:
"Nunca vimos coisa semelhante."
13. Jesus saiu de novo para perto
do mar e toda a multidão foi ter com ele, e ele os ensinava.
Figura 03 – O paralítico de Cafarnaum
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FONTE: http://www.rudecruz.com/a-cura-do-paralitico-de-cafarnaum.html
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No
livro Primícias do Reino, psicografado por Divaldo Franco, o Espirito Amélia
Rodrigues nos diz que Natanael Ben Elias, o paralítico de Cafarnaum, foi completamente
curado por Jesus, voltando a andar.
Não há como negar, Amélia Rodrigues esclarece os fatos narrados pelos
evangelistas elucidando de forma clara e com uma linguagem simples e
esclarecedora. Em relação à cura de Natanael ela diz que todos exultaram e
festejaram, exceto o Mestre, que ao invés de participar dos celebrações
recolheu-se em oração e meditação. Simão Pedro, percebendo o comportamento de
Jesus, perguntou:
“Por que
dizes que não Te compreendemos, Rabi? Estamos todos tão felizes!
Simão, neste momento, enquanto consideras o Reino de Deus pelo que viste,
Natanael, com alegria infantil, comenta o acontecimento entre amigos
embriagados e mulheres infelizes. Outros que recobraram o ânimo ou recuperaram
a voz, entre exclamações de contentamento, precipitam-se nos despenhadeiros da
insensatez, acarretando novos desequilíbrios, desta vez, irreversíveis”.
De
acordo com a autora espiritual Jesus advertiu Simão que ele não deveria
imaginar que a Boa Nova iria ocasionar alegrias ilusórias, “dessas que o
desencanto e o sofrimento facilmente apagam”.
Chama atenção e ao mesmo tempo impressiona quando o Rabi aclara que o Filho do
Homem “não é um remendão irresponsável, que sobre tecidos velhos e gastos
costura pedaços novos, danificando mais a parte rasgada com um dilaceramento
maior”.
Quantas
vezes diante dos tropeços da caminhada, encontramos justificativas telhudas que
geram consequências mais graves que o erro cometido? É hora de ter coragem de
admitir o desacerto, exercitar ao menos o “pedir desculpas” porque o perdão é
um processo que tem inicio no coração, e por esta razão requer tempo, dedicação
e acima de tudo coragem.
Cristo lembra que a Boa Nova, não é simplesmente uma promessa para o futuro, mas
uma realidade para o presente. Imaginem!!! Isto foi proferido há mais de 2000
anos, então o que estamos esperando?
Mas Jesus, como um Espirito de alto esclarecimento e elevação é benévolo e
afirma “Eu sei, porém, que Me não podeis entender, tu e eles, por enquanto. E
assim será por algum tempo”.
O Rabi nos diz que mais tarde, quando a dor produzir amadurecimento maior nos
Espíritos encarnados no planeta-escola Terra, Ele enviará alguém em Seu nome
para dar prosseguimento ao serviço de iluminação de consciências.
Claro
que sabemos que, nos espiritas temos por esta razão, uma responsabilidade maior
na viagem que hora realizamos vestindo o peso da carne. Comprovando as ideias
expostas podemos observar as palavras atribuídas ao Mestre ditadas pela autora
espiritual:
“As
sepulturas quebrarão o silêncio que guardam e vozes, em toda parte, clamarão,
lecionando esperanças sob os auspícios de mil consolações”.
Amélia
Rodrigues utilizando de uma metodologia apreciável nos lembra de que séculos se
passaram depois destes dizeres preciosos. A dor amadureceu muitos corações
desnorteados, e novamente a Humanidade suplicou a Jesus pela cura de suas
mazelas. Continuamos doentes espirituais, suplicando alivio para as nossas
carências e desalinhos.
A Doutrina Espirita comprovou que os sepulcros foram rompidos. O silêncio dos
aparentemente mortos foi quebrado, e os descobrimos vivos, imortais e
reluzentes, conforme a autora espiritual, que também afirma:
“Sim, as estrelas
caíram dos céus. Estrelas de primeira grandeza espiritual se uniram em uma
constelação admirável, e voltaram seu feixe de luz poderoso para a
Terra. Os Espíritos falaram, ensinaram, provaram que a vida futura
prometida por Jesus é real”.
Hoje, aqueles que no mínimo frequentam o Centro Espirita percebem que a “iluminação
de consciências”, proposta por Jesus, ganhou uma grandeza nova e se é que é
possível maior.
Denominam-se obras fundamentais do Espiritismo, também referidas como codificação espírita, os cinco livros publicados pelo pedagogo
francês Hippolyte León Denizard Rivail sob o pseudônimo de Allan Kardec entre
1857 e 1868. Desta forma a missiva do Cristo se faz outra vez presente como uma sugestão
para o presente, afiançando um roteiro seguro para a reforma íntima que nos é
indispensável e urgente.
Concluindo
o texto o Espirito Amélia Rodrigues é enfático ao afirmar:
“Na grande
transição que o planeta atravessa, são eles, os Missionários do Mestre, que
semeiam a verdade em todos os povos. O amor volta a tomar seu lugar de
evidência, nas propostas elevadas que são apresentadas aqui e acolá.
Atiramos as
roupas velhas no tempo, e vestimos a roupagem do ESPIRITISMO, entendendo que a
vida do Espírito, esta sim, é a verdadeira.
O Consolador
- o Espiritismo - já está entre nós... Escutemo-Lo!”.
Vamos fazer uma reflexão sobre a afirmativa de Marcos (2,3-5)?
“A
solidariedade dos amigos consegue o perdão dos pecados para o paralítico”.
Jesus é
a única esperança das quatro pessoas que carregaram o paralítico. Por isso, não
vacilaram em subir no telhado e tirar as telhas. Conforme os relatos dos
historiadores pode-se concluir que a casa deve ter sido um barraco coberto,
talvez, de folhas. Eles descem o homem em frente ao Mestre. Ora, eles foram
solidários. Jesus, percebendo a fé deles, diz ao paralítico:
“Teus
pecados estão perdoados!”
É
impossível entender o sentido das palavras articuladas por Jesus sem lembrar o
que representava naquele tempo, os defeitos físicos. Ser paralíticos, conforme
os doutores, representava impureza, castigo de Deus por algum pecado. Eles (os
doutores) afirmavam que tal pessoa tornava-se incapaz de aproximar-se de Deus.
Por essa razão, os doentes, os pobres, os paralíticos e tantos outros se
sentiam rejeitados por Deus! Podemos assim concluir que a asseveração de Jesus "Teus
pecados estão perdoados!" significa "Você não está afastado de
Deus!".
Pode-se observar que Jesus é acusado de blasfêmia pelos doutores da lei (Marcos
2,6-7), claro, a atitude de Jesus ia de encontro com as ideias ensinadas por
eles, desta forma reagiram. Para os donos do poder era só Deus que podia
perdoar os pecados. E era só o sacerdote que podia declarar uma pessoa perdoada
e purificada. Como explicar que um homem sem estudo, leigo, um simples
operário, carpinteiro pudesse pronunciar tal afirmativa?
Existe
outro aspecto importante: admitir que Jesus estava correto poderia representar a
possibilidade de perder o poder e a fonte de renda.
Na atualidade, no nosso dia a dia, quantas vezes por falta de humildade e bom
senso somos incapazes de aceitar que o outro é quem está correto, gerando dessa
forma situações muitas vezes irreparáveis e conflitantes? Esta é uma das causas
do nosso sofrimento.
Bom,
Jesus cura de fato o doente, confirmando que tem capacidade de perdoar os
pecados (Marcos 2,8-11). E a seguir questiona sobre o que é mais fácil dizer: "Teus
pecados estão perdoados!” ou “Levanta-te e anda?”. Como ter certeza que os
pecados do doente realmente foram perdoados? Mas presenciar um paralítico sair
andando todos os presentes puderam constatar.
Após
receber a cura, Jesus não ordenou ao paralítico que fosse descansar, ou
passear, ou se distrair; disse que voltasse para os seus, que retomasse as
tarefas que lhe cabiam, que abraçasse as responsabilidades que o aguardavam
entre os seus familiares.
Certamente,
ao longo de nossa jornada evolutiva, encontraremos muitos obstáculos e
dificuldades para nosso encontro com Jesus. No entanto, poderemos contar sempre
com o apoio de amigos espirituais, os quais não faltarão se realmente
estivermos dispostos a vencer todas essas dificuldades.
Figura 04 – Bodas de Cana
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FONTE: http://rosamisticabrasil.blogspot.com.br/2011/05/11-nas-bodas-de-cana-o-pedido-de-maria.html
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Cafarnaum
a terra de Jesus de Nazaré... Tantos mistérios e ensinamentos estão na sua
psicosfera espiritual!!!!
No
livro Boa Nova, ditado pelo Espirito Humberto de Campos, através da mediunidade
de nosso Chico Xavier, no capitulo 12 – Amor e Renúncia ele descreve uma
conversa entre Simão Pedro e Jesus, a qual registramos algumas notas a seguir.
Afirma
que o manto da noite caía de leve sobre a paisagem de Cafarnaum e Jesus, depois
de uma das grandes assembleias populares do lago, se recolhia à casa de Pedro
em companhia do apóstolo. Neste momento Simão, que guardava uma dúvida no
coração, perguntou ao Mestre:
“Senhor, em
face dos vossos ensinamentos, como deveremos interpretar a vossa primeira
manifestação, transformando a água em vinho, nas bodas de Caná? Não se tratava
de uma festa mundana? O vinho não iria cooperar para o desenvolvimento da
embriaguez e da gula?
Diz o
autor espiritual que Jesus compreendeu o alcance da interpelação e sorriu.
“-Simão,
disse ele —, conheces a alegria de servir a um amigo? [...] As bodas de Caná
foram um símbolo da nossa união na Terra. O vinho, ali, foi bem o da alegria
com que desejo selar a existência do Reino de Deus nos corações [...].
Os afetos d’alma,
Simão, são laços misteriosos que nos conduzem a Deus. Saibamos santificar a
nossa afeição, proporcionando aos nossos amigos o máximo da alegria; seja o
nosso coração uma sala iluminada onde eles se sintam tranquilos e ditosos.
Tenhamos sempre júbilos novos que os reconfortem, nunca contaminemos a fonte de
sua simpatia com a sombra dos pesares! As mais belas horas da vida são as que
empregamos em amá-los, enriquecendo- lhes as satisfações íntimas”.
Vale
a pena tecer alguns comentários do capitulo 11 – O Sermão do Monte, da obra
supracitada, afirma o Espirito Humberto de Campos que quando foram expandidas as
primeiras claridades da Boa Nova, todos os enfermos e
derrotados da sorte, habitantes de Corazim, Magdala, Betsaida, Dalmanuta e
outras aldeias importantes do lago enchiam as ruas de Cafarnaum em turbas
ansiosas.
Os discípulos permanentemente estavam em contato com Jesus, desta maneira eram
visados pela multidão. De vez em quando, Filipe era
abordado, em caminho, por uma onda de doentes; Pedro tinha a casa rodeada
de criaturas desalentadas e tristes. Na verdade todos queriam o auxílio de
Jesus, o benefício imediato de sua influente virtude.
Hoje
continuamos assim doentes espirituais, suplicando lenitivo para as nossas
dores, ainda não aprendemos a agradecer as nossas conquistas.
Conta que um pequeno grupo de infelizes procurou Levi na sua confortável
residência em busca de explicações sobre o Evangelho do Reino, para melhorem apreenderem
os ensinamentos do Cristo. O coletor da cidade manifestou certa estranheza.
Levi sem
entender o que em que eles poderiam ajudar questionou:
“Que podeis
fazer na situação em que vos encontrais?”
Que poderás
realizar, Lisandro, aleijado como és?! E tu, Áquila, não foste
abandonado pela própria família, sob o peso de sérias acusações? E tu,
Pafos? Acaso edificaria *alguma coisa com as tuas atuais aflições?
Os
interpelados entreolharam-se cabisbaixos e humilhados e se afastaram.
Decorridos
alguns instantes, Jesus, em companhia de André, deu entrada em
casa de Levi, onde se puseram os três em animada palestra. O coletor, a
certa altura da conversação, a sorrir ingenuamente, relatou o fato.
Jesus
fixou o olhar no discípulo com profundo desvelo e falou com bondade,
batendo-lhe levemente no ombro:
“Os vencedores
da Terra não necessitam de boas notícias. Nas derrotas da sorte, as criaturas
ouvem mais alto a voz de Deus [...] Já observaste algum vencedor do mundo com
mais alta preocupação do que a de defender o fruto de sua vitória material?”.
É por esta razão que ainda necessitamos conhecer a mágoa,
a injustiça, a intolerância, as necessidades carnais como a fome, a ingratidão,
a humilhação, entre outras situações, que devemos encarrar como oportunidades
de fortalecimento e crescimento espiritual....”Bem aventurados os aflitos...”
Figura 05 – Públio Lentulus (Emmanuel)
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FONTE: http://www.guia.heu.nom.br/emmanuel.htm |
O
Espirito Emmanuel, relata na obra “Há 2000 anos...”, através da psicografia de
Chico Xavier uma de suas encarnações. Conta que era Públio Lentulus, um
homem orgulhoso, porém nobre. Casou-se com uma extraordinária mulher, por nome
Lívia e tiveram dois filhos, Flávia Lentúlia e Marcus. Sua filha desenvolveu
hanseníase. Na época não havia um tratamento clínico adequado, por esta razão
Públio Lentulus recebeu do Imperador Tibério a designação para alto cargo
público na Palestina, onde havia um clima muito mais ameno para que a menina
pudesse de alguma forma se restabelecer.
Lívia,
sua esposa, que já houvera ouvido falar de Jesus, implorou-lhe que O procurasse
na esperança de uma cura definitiva para a filha.
Na
cidade de Cafarnaum, quando as horas mais movimentadas do dia se escoram e o
crepúsculo começou a se fazer visível, o senador então se colocou a caminho
indo em direção a um lago da cidade, local onde deu-se o encontro de Públio
Lentulus com Jesus.
Descreve
que lágrimas ardentes rolaram dos olhos do senador, homem duro que raras vezes
haviam chorado, e força misteriosa e invencível fê-lo ajoelhar-se na relva
lavada em luar. Confidencia que desejou falar, mas tinha o peito sufocado e
opresso. Foi quando, então, num gesto doce e de soberana bondade, o meigo
Nazareno caminhou para ele, era como se aquela visão fosse a visão concretizada
de um dos deuses de suas antigas crenças, e, pousando carinhosamente a destra
em sua fronte, exclamou em linguagem encantadora, que Públio entendeu
perfeitamente, dando-lhe inesquecível impressão de que a palavra era de
espírito para espírito, de coração para coração.
Desse
encontro resultou a cura de sua filha, Flávia. Lívia, esposa do senador,
torna-se cristã.
No
dia em que Jesus foi julgado e condenado à morte Públio Lentulus esteve ao lado
de Pôncio Pilatos, mas nada disse ou fez em benefício do nazareno.
Somente
mais tarde, Públio viera a compreender e aceitar o Evangelho de Jesus nos
derradeiros tempos de sua romagem terrestre, quando regressou de Jerusalém para
sua residência em Pompéia. Após anos de cegueira, ele desencarnou na polvorosa
erupção do Vesúvio.
Existe
uma página de sua autoria espiritual em “o Evangelho segundo o Espiritismo”, no
capítulo XI, ”Amar o próximo como a si mesmo”, no item 11, intitulada “O
egoísmo”. Ele escreveu essa mensagem em Paris, em 1861.
Diante
dos apontamentos expostos compreendemos o motivo que levou um pequeno vilarejo
da Galiléia, situado sobre as margens do lago de Genezaré, em certo momento
entrar na história dos grandes eventos. Cafarnaum, o vilarejo dos pescadores,
tornou-se a “cidade de Jesus”, a capital da Boa Nova.
Concluímos
lembrando Mateus (9,1):
“E entrando
em um barco, ele atravessou e foi para a sua cidade”.
Leitura consultada
e recomendada:
A
Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição Familiar: Difusão
Cultural do Livro
AQUINHO,
Rubim Santos Leão de. História das sociedades – das comunidades primitivas às
sociedades medievais. 1.ed. 8.reimpressão. Rio de Janeiro, RJ: Editora ao Livro
Técnico, 1993
BLAINEY,
Geoffrey. Uma breve história do mundo.[versão brasileira da editora].2.ed. São
Paulo, SP: Editora Fundamento Educacional, 2008
FRANCO,
Divaldo Pereira. Primícias do Reino. Pelo Espírito Amélia Rodrigues. 11.ed.
Salvador, BA: LEAL Editora, 2008
XAVIER, Francisco
Cândido. Boa Nova. Pelo Espírito Humberto de Campos. 20a ed. Rio de Janeiro:RJ:
FEB, 1941.
XAVIER,
Francisco Cândido. Há 2000 anos... Pelo Espirito Emmanuel. 29. Ed.Rio de
Janeiro:RJ: FEB, 1996.
Sites consultados: